Metadados
ID-Autor
29.0
Nome
Fé Córdula
Data de nascimento
janeiro 12, 1933
Nacionalidade
Brasileira
Bibliografia
Francisco de Assis Córdula é pintor, escultor e desenhista autodidata, tendo participado de inúmeras exposições. Muitos críticos de arte importantes escreveram sobre a obra do artista, entre eles João Evangelista Ferraz: “A primorosa obra pictórica de Fé Córdula reflete, de forma plena, pura e objetiva, uma profunda simbiose luminífera de fé e trabalho, religiosidade e altíssima criatividade”. Outro crítico, como Saturnino Ramon, coloca sua visão da obra de Fé Córdula: "O que todos nós até agora conhecíamos e degustávamos no artista tinha o selo inconfundível de uma temática própria de raízes folclóricas, sacras e lendárias, de uma linguagem popular artesanal, aprendida com virtuosismo na sua primeira experiência de ornamentador de cerâmicas, segundo o saber português, e de entalhador. Tinha o selo de uma organização especial que nos lembra das xilogravuras das estórias de cordel de sua terra natal nordestina. (...) Foi este aspecto afetivo, pessoal e espiritual-espirituoso, tão vivo nas obras desta fase, que me aportou às margens aparente enigmáticas de algumas obras do que chamo segunda fase. Nelas não senti um terreno inóspito. Senti de novo o calor vulcânico do coração de Fé Córdula, na tentativa de se encontrar e se expressar. Todavia, há uma metamorfose de linguagem: agora os espaços são cheios e articulados, as cores se misturam e se matizam, as linhas se libertam do hermetismo e dançam ao som do ritmo que dita à motivação profunda do autor. (...) na primeira fase, por trás de uma linguagem concreta, descobríamos uma face de significado abstrato, nessa nova fase, por trás de uma roupagem abstrata encontramos o sustentáculo de uma linguagem concreta que se torna abstrata por estar encoberta".
É pintor, escultor e desenhista autodidata, tendo participado de inúmeras exposições. Muitos críticos de arte importantes escreveram sobre a obra do artista, entre eles João Evangelista Ferraz: “A primorosa obra pictórica de Fé Córdula reflete, de forma plena, pura e objetiva, uma profunda simbiose luminífera de fé e trabalho, religiosidade e altíssima criatividade”. Outro crítico, como Saturnino Ramon, coloca sua visão da obra de Fé Córdula: "O que todos nós até agora conhecíamos e degustávamos no artista tinha o selo inconfundível de uma temática própria de raízes folclóricas, sacras e lendárias, de uma linguagem popular artesanal, aprendida com virtuosismo na sua primeira experiência de ornamentador de cerâmicas, segundo o saber português, e de entalhador. Tinha o selo de uma organização especial que nos lembra das xilogravuras das estórias de cordel de sua terra natal nordestina. (...) Foi este aspecto afetivo, pessoal e espiritual-espirituoso, tão vivo nas obras desta fase, que me aportou às margens aparente enigmáticas de algumas obras do que chamo segunda fase. Nelas não senti um terreno inóspito. Senti de novo o calor vulcânico do coração de Fé Córdula, na tentativa de se encontrar e se expressar. Todavia, há uma metamorfose de linguagem: agora os espaços são cheios e articulados, as cores se misturam e se matizam, as linhas se libertam do hermetismo e dançam ao som do ritmo que dita à motivação profunda do autor. (...) na primeira fase, por trás de uma linguagem concreta, descobríamos uma face de significado abstrato, nessa nova fase, por trás de uma roupagem abstrata encontramos o sustentáculo de uma linguagem concreta que se torna abstrata por estar encoberta". Em Goiás, a partir de 1974, deixou fluir a intensa criatividade que guardava como herança de sua convivência com o povo do Seridó. As festas de Nossa Senhora da Guia, as procissões, os pastoris e a alegria do povo na amnésia de suas dores. Nascia Fé Córdula, o pintor que interpretava o sentimento do povo com sua intensa criatividade na forma, na cor, na temática e principalmente na qualidade de suas composições que diferentemente das formas labrojeiras do artista popular, eram cuidadosamente compostas e visualmente ricas. A convivência com a cultura goiana trouxe para o seu universo, novas formas que nada mais eram que variações da cultur do seu povo. Não muito diferentes os bailes pastoris. A procissão do fogaréu poderia ser até um pouco semelhante às procissões das missões de frei Damião (1898-1997) varando as noites numa intensa cantoria, alumiado pelas velas votivas protegidas com papel de seda colorido. Fé Córdula se apropriou dessa cultura do povo goiano e com a inteligência do menino seridoense, foi realizando um trabalho de recriação das tradições, respeitando-as no seu estilo primitivo, mas vestindo-as com sua criatividade. Pintou as artes e ofícios do povo goiano. As festas de santos, as cerimônias rústicas dos rituais dionisíacos de sagração à fecundidade da terra. Em Goiás, como sonhavam os migrantes do Nordeste, a terra era boa e macia. Terra de pouco trato, dadivosa e regateira. Bastava plantar e com pouco mais, colhiam-se os frutos do próprio trabalho.
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|SEM Título. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <." target="_blank" title="http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra37750/sem-titulo>.">http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra37750/sem-titulo>.
Acesso em: 03 de Jun. 2019. Verbete da Enciclopédia.SBN: 978-85-7979-060-7
Resumo biográfico
Francisco de Assis Córdula nasceu no Rio Grande do Norte e se mudou para Goiás em 1974. Foi aqui que Fé desenvolveu todo o seu trabalho. Sem deixar de lado as referências ao sertão de Seridó, parte de sua obra traz temas goianos, como as cavalhadas e a procissão do fogaréu.
Autodidata, Fé começou seu trabalho como artesão, mas também percorreu os caminhos do desenho e da pintura. Sua obra, rica de cor e fantasias, interpreta anseios populares e traz uma visão lúdica de tudo o que o artista sentia.
Naturalidade
São Rafael, RN